quarta-feira, outubro 26, 2005

Destino

"Destino", "Sorte" e "Azar" são três conceitos demasiado complexos para se conseguirem definir friamente, e que na sua essência estão intimamente ligados. Na minha opinião qualquer um destes três conceitos não é mais do que uma resposta linguística para explicar a aleatoriedade de determinados acontecimentos. "Sorte" e "Azar" são subjectivos, pois dependem da percepção de quem avalia o acontecimento e lhe atribui uma dessas duas classificações. Para pessoas diferentes o mesmo acontecimento pode ser classificado como "Sorte" ou como "Azar", o que já de si denota a complexidade dos conceitos e o seu efémere significado. Será obra do "Destino"? Seja "Sorte" ou "Azar" é certamente obra do "Destino". Porque o "Destino" não é mais do que a inevitabilidade consequente das acções conscientes do indivíduo. E quando a consequência das acções conscientes do indivíduo se traduz em resultados inexperados pelo mesmo ou por quem avalia o acontecimento, devido à aleatoriedade inevitável de um mundo que não percepcionamos a cem por cento, então diremos que se trata de "Sorte" ou "Azar". Não é o "Destino" que condiciona as nossas acções e decisões, somos nós que condicionamos o "Destino" ao agirmos e decidirmos conscientemente, apesar de inconscientes disso mesmo. "Sorte" e "Azar" não são mais do que classificações para acontecimentos dos quais retiramos resultados positivos ou negativos. A nossa percepção de acontecimentos baseia-se em probabilidades. Determinada acção implica determinada probabilidade de um determinado resultado. Quando esse resultado está longe da probabilidade esperada então surge a avaliação dualista já referida. Não considero portanto nenhum destes três conceitos algo de esotérico ou sobrenatural. São sim a consciência da naturalidade dos acontecimentos numa medição estatística dependente da experiência, conhecimento e percepção do observador.