domingo, novembro 13, 2005

Trás-os-montes

Para lá das enormes fortalezas naturais
onde a penumbra e as sombras chegam mais cedo
onde a luz da aurora é mais fria e luminosa
e o fogo ilumina e aquece os espíritos

Gentes de outrora, semeiam sementes de luz
que sobem mais alto do que as montanhas circundantes
e que nos transportam ao grande vazio cósmico
povoado de respostas e segredos intemporais

Orgulhosamente sós, altivamente senhores de nós
bebendo a água pura das fontes do conhecimento
guardando por entre o gelo e a neblina cerrada
a lenda que é a fonte de todas as lendas

Os tronos dos castelos, desde sempre vazios de reis
tomam o seu lugar a coragem, a honra e a humildade
que desde tempos imemoriais governam estas terras
e que são a razão de orgulho destas gentes

Para lá das enormes barreiras eternas do orgulho
onde vagueiam os espíritos dos filhos das montanhas
onde um dia as minhas cinzas farão parte do vento
que sopra livre como os corações transmontanos

quinta-feira, novembro 10, 2005

Norte

Ecoa o trovão, nas montanhas, iluminadas pela luz incandescente
Sopra forte, o vento, com o odor da junção dos elementos
Devastador, o martelo pagão, violentando os céus da ignorância
Reclamando para os deuses, o reino que lhes pertence

Vertem do alto, fluídos que fecundam o subsolo sedento
Soam as melodias do vento, ao rasgar as fendas da montanha
O orvalho, cristalino e puro, que sasseia a sede de vingança
dos que outrora pereceram, entre a estrela e a cruz

Espíritos que anseiam, regressar à montanha na mais longínqua meia-noite
Iluminando a aurora, em tons celestiais, à sua chegada
Formando fileiras, de bravos guerreiros intemporais
Que dizimarão a ganância do inimigo hexagonal e a luxúria dos bem-aventurados

quinta-feira, novembro 03, 2005

Os camisas negras

"Irmãos camisas negras, meus camaradas de luta:
O nosso combate é pela alma, e nessa batalha iremos avançar juntos até obtermos a vitória.
A nossa luta é árdua, porque lutamos por algo grandioso, e as grandes coisas não se obtêm ligeira e facilmente. Nós combatemos por nada menos do que a revolução no Espírito do nosso povo. Devemos ser dignos da nossa missão. Pois são os camisas negras os chamados a liderar o povo para uma civilização nova e superior.
O camisa negra é um revolucionário dedicado ao serviço pelo nosso país, que deve possuir sempre o carácter do verdadeiro revolucionário. Não é o carácter que observamos nos homens pequenos dos velhos partidos atirados para cá e para lá, por ventos de conveniência transitória, glorificados por pequenos sucessos, afastados por pequenos falhanços, inventando boatos e segredando sobre as perspectivas dos próximos cinco minutos, avançados no estatuto, mas não tão avançados no que toca ao trabalho. Sem lealdade, resistência ou poder de perseverança.
Tal carácter é a marca da política financeira democrata. É o oposto do nacional socialismo.
No verdadeiro revolucionário, a primeira qualidade é a da perseverança. A constância, a lealdade à causa e aos camaradas, a humanidade e a natureza estável. São estas as qualidades do verdadeiro revolucionário.
No nosso movimento, esse grande carácter renasceu, e por essa razão carregamos conosco o destino. Não nos importamos se vencemos amanhã ou ao fim de toda uma vida de trabalho e de luta. Para nós, os pequenos cálculos dos homens pequenos nada significam. A única coisa que nos importa é que venceremos porque nenhum poder na Terra pode reter a vontade que existe dentro de nós.
Combates travamos e voltaremos a travar. Aqueles que aceitamos e aceitaremos novamente. As vitórias que obtivemos e obteremos novamente. Sim, vitórias maiores do que todas que os Bretões conheceram. Através do bem e do mal marcharemos em frente, até obtermos a vitória, pois esse é o carácter do verdadeiro revolucionário.
Nos grandes momentos de suprema luta e decisão, é fácil apegarmo-nos a esse carácter – mesmo no sacrifício supremo. Não é assim tão fácil nas árduas tarefas diárias. É nessas alturas, ainda mais do que nas grandes lutas que travamos juntos, que gostaria de ser o companheiro de cada um de vós. Gostaria de estar com cada equipa de acção que leva a mensagem da nossa nova fé a novas ruas. Gostaria de estar com cada homem ou mulher que desempenha a árdua mas vital tarefa de liderar o povo do bairro pelo qual são responsáveis. Pois essas são as tarefas que farão com que pela dedicação de milhares à missão de liderar o povo nas suas casas e ruas, vença a Revolução.
Nessa tarefa não posso acompanhar-vos no dia a dia. Mas em espírito estou convosco, sempre. Juntos acendemos uma chama que o tempo não extinguirá. Guardem essa chama sagrada, meus irmãos camisas negras, até que ilumine novamente o rosto da humanidade."
Discurso de Sir Oswald Mosley, 1938